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Gestor de IA: O novo papel estratégico que sua empresa vai precisar mais cedo do que imagina
De startups a grandes corporações, o papel do Gestor de Inteligência Artificial (ou Chief AI Officer) está se consolidando como essencial.
O que faz um Gestor de IA?
O Gestor de IA, também chamado de Chief AI Officer, é o profissional responsável por integrar a inteligência artificial à estratégia do negócio. Mais do que entender ferramentas, ele compreende o impacto organizacional da IA, orienta a adoção com critério e garante que a tecnologia seja aplicada com segurança, ética e foco em resultado empresarial.
Por que esse papel surgiu agora?
A adoção acelerada da IA generativa e de modelos de linguagem trouxe uma nova realidade: empresas estão rodeadas de tecnologia, mas nem sempre sabem como usar com eficiência. Sem direção, a IA pode se tornar ruído, desperdício, risco e até mesmo ser fonte de muita dor de cabeça.
No passado, vimos isso acontecer com a TI: cada departamento desenvolvia soluções isoladas — sistemas em Clipper, dBase, macros em planilhas, bancos de dados e aplicações em Access, turbo Pascal e Delphi, ferramentas dos anos 80/90 que talvez você nunca tenha ouvido falar. O certo era que essas soluções "departamentalizadas" não se comunicavam umas com as outras, criando silos de dados, donos da informação e caos na tomada de decisão nas organizações.
Essa prática teve fim com a chegada das novas tecnologias que usamos hoje? A resposta é óbvia. É claro que não!!! Tem muita gente que ainda acha que os dados de seu departamento são propriedade pessoal e quem quiser acessar, tem que ir lá pedir.
É preciso que as organizações invistam na qualidade e governança dos dados, pois continua sendo necessário unificar os dados em todos os departamentos para continuar eliminando esses silos e melhorar a acessibilidade geral dos dados.
Com a evolução da tecnologia No-Code e Low Code, que permitem a criação de sites e aplicações para a Web e apps para smartphones, apenas arrastando e soltando objetos na tela, operados por pessoas com pouco ou nenhum conhecimento de programação de computadores, além da própria IA generativa, que fornece pequenas aplicações em uma linguagem de programação qualquer, por intermédio de um simples pedido textual ou prompt, o mesmo cenário dos anos 80/90 pode se repetir, trazendo velhos hábitos e péssimas práticas do passado.
Porém, com a IA, o risco é ainda maior:
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Cada área contratando sua própria ferramenta, sem alinhamento estratégico.
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Informações privadas sendo compartilhadas com IAs públicas sem controle.
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Resultados de IA sendo utilizados sem validação técnica ou ética.
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Violações de direitos autorais e uso indevido de conteúdo sensível.
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Criação ou consumo de material gerado por IA usado para fraudes internas ou engenharia social.
Sem uma gestão clara e transversal, a IA pode comprometer a segurança, a reputação e o próprio valor estratégico da empresa. Para evitar uma nova torre de babel organizacional, com uso descontrolado da inteligência artificial, é que surgiu o gestor de inteligência artificial nas organizações.
Segundo a Harvard Business Review, gestores modernos já usam a inteligência artificial generativa para análise, criatividade e apoio à decisão. Mas também reconhecem que falta preparo organizacional para uso seguro e integrado da IA.
Funções principais do Gestor de I.A
Ainda não existe um consenso fechado sobre as funções do Gestor de IA, justamente porque é uma função em consolidação, moldada conforme o avanço da tecnologia, o grau de maturidade das empresas e o impacto transversal da IA nos negócios.
Porém, há alguma convergência em torno de 3 grandes áreas de atuação:
a. Estratégia e Alinhamento com o Negócio
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Traduzir oportunidades de IA em resultados reais.
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Definir o caminho da adoção da IA por cada área da empresa.
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Garantir que a IA esteja alinhada aos indicadores (OKRs/KPIs) organizacionais.
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Gerar vantagem competitiva a partir da IA (produto, processo, cliente).
b. Governança, Segurança e Conformidade
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Criar políticas internas de uso ético e seguro da IA.
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Avaliar riscos legais (LGPD, direitos autorais, compliance algorítmico, etc).
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Controlar acesso a ferramentas e proteger dados estratégicos.
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Prevenir uso indevido ou exposição de informações sensíveis em IAs públicas.
c. Cultura, Capacitação e Acompanhamento Operacional
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Formar equipes para lidar com IA com autonomia e criticidade.
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Mediar conflitos entre áreas técnicas e de negócio.
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Apoiar lideranças na tomada de decisão orientada por IA.
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Avaliar impacto humano (automação, requalificação, resiliência organizacional).
Acrescento ainda algumas funções adicionais:
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Curadoria de ferramentas de IA confiáveis e seguras, com base na realidade de cada área.
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Criação de um Comitê de IA interno, para alinhamento interdepartamental e aprovação de novos usos.
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Gestão de mudanças e adoção da IA, com foco em absorção gradual e sustentável.
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Supervisão da qualidade dos outputs gerados por IA, validando se os resultados são utilizáveis, éticos e interpretáveis.
Números e tendências que reforçam essa demanda
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Uma publicação da MIT Sloan aponta que a IA desbloqueia novos poderes para os colaboradores, exigindo liderança com visão transversal.
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O Gartner elencou a Governança de IA como uma das 12 principais disrupções tecnológicas do futuro.
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O Financial Times cita 7 novos papéis que os gestores devem dominar na era da IA, incluindo mediação ética, integração estratégica e orquestração de IA nos times.
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Segundo o portal Terra, o Gestor de IA já é uma profissão emergente no Brasil e no mundo, cobrindo diversas áreas, tecnologias e práticas dentro da organização.
O que a P2 oferece como solução?
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Consultoria para liderança e direção de IA na organização.
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Estruturação da governança e ética da IA.
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Apoio no desenvolvimento de MVPs com IA.
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Mentoria para decisores e equipes.
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Definição de indicadores e planos de evolução.
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Alinhamento estratégico entre IA, negócio, cultura e regulação.
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Curadoria de ferramentas e boas práticas para uso seguro e colaborativo da IA.
- Governança, segurança e conformidade. Estratégia e alinhamento com o negócio. E muito mais.
Conclusão
A inteligência artificial já é realidade, mas todos sabemos que a liderança no uso da I.A dentro das organizações ainda está se formando.
A sua empresa precisa usar IA com responsabilidade e foco em resultado. O primeiro passo é garantir uma gestão consciente.
Não se trata apenas de promover um técnico ou desenvolvedor ao papel de gestor de IA. Isso, na prática, pode ser um erro grave: corre-se o risco de perder um excelente técnico e ganhar um gestor despreparado. O papel do Gestor de IA exige visão de negócio, tomada de decisão com base em risco calculado, compreensão do fator humano, da cultura organizacional, ética digital e estratégia de longo prazo.
Há um ditado antigo que combina bem com o papel do gestor de IA nestes tempos modernos: "é preciso ter a visão da árvore e a visão da floresta". É um saber multidisciplinar.
A Inteligência Artificial não é apenas sobre tecnologia. É sobre pessoas, dados, reputação, regulamentações e geração de valor. E isso exige liderança preparada.
Agende uma conversa com a P2 Consultoria sobre o serviço de Gestor de Inteligência Artificial (Chief AI Officer).